Não Precisamos de Maconha

As drogas matam. E ponto final. Sabemos que o cigarro e o álcool são as drogas que mais matam porque, legalizadas, são de fácil comercialização. A maconha também é uma droga, e não há justificativa moral ou científica para a defesa pública da legalização do seu comércio ou da descriminalização dos seus dependentes.

Quem nunca usou maconha não pode ser levado a considerar a hipótese de uso por uma legislação ilusória que libere o seu consumo. Quem é dependente precisa receber tratamento compulsório oferecido pelo Judiciário e não uma película de falsa liberdade exibida por um Estado leniente, em busca de mais uma fonte de impostos.

A maconha é terapêutica? A estricnina e os materiais radioativos também. A questão é se precisamos dos apregoados efeitos terapêuticos da maconha ou nos assombra mais seu perigoso uso suicida por câncer de pulmão. Nem precisamos discutir os efeitos nefastos da mistura de maconha, álcool e volante desgovernado numa madrugada nas nossas cidades.

O uso de drogas é cultural? A farra do boi, a jogatina e as brigas de galo também. Assim como a escravidão, as guerras e as agressões às nossas mulheres e crianças. Coibir o que faz mal à saúde faz parte de uma cultura sadia e democrática.

Me entristece ver um doutor sociólogo, um cientista, mais que a figura de um ex-presidente, abusar de seus últimos dias de vida pública para defender a irresponsável massificação de uma ideia tão perigosa ao futuro de nossas crianças quanto à liberdade para alguém drogar-se, morrer e matar.

Não precisamos de maconha. Maconha é droga e mata. Terapêutico é cultivar hábitos saudáveis na família, como voltar cedo para casa, abraçar os filhos e acompanhá-los à escola e ao cinema. Democrático é abdicar da própria liberdade em favor das responsabilidades familiares e sociais. Saudável é ser a favor da vida e contra o que nos aproxima da morte. E, por fim, se existe uma cultura a ser respeitada e defendida, é a vida dos nossos filhos. Mesmo quando eles ainda não concordam.



CLAUDEMIR CASARIN DOS SANTOS|Psicólogo